O Circuito de Spa-Francorchamps é um autódromo localizado nos arredores das cidades de Spa, Stavelot e Malmedy, na província de Liège. É conhecido pela sua história e importância, sendo uma das grandes catedrais do automobilismo. Recebe a Fórmula 1 e as 24 Horas de Spa anualmente.
Em 1921, Jules de Their e Henri Langlois Van Ophem idealizaram este circuito, que veio a receber a sua primeira prova em 1922, apesar da inauguração estar prevista para Agosto de 1921, mas na altura só houve um concorrente, por isso, a prova foi cancelada. Dois anos mais tarde realizou-se pela primeira vez as 24 Horas de Spa e em 1950, realizou-se o primeiro Grande Prêmio de Fórmula 1.
Inicialmente, Spa-Francorchamps não era um circuito permanente, usava estradas públicas que passavam pelas colinas Ardennes, entre a vila Francorchamps (situada em Stavelot) e Malmedy. Tinha uma forma triangular e estendia-se por cerca de 15 km. Esta versão do circuito consistia num circuito muito rápido e exigente, o que obrigava a uma pilotagem mais rigorosa do que num circuito de velocidades mediana, sendo mais um factor apelativo que ajudou Spa a ficar muito famoso desde o início.
Naquela época, os belgas se orgulhavam do facto de terem um circuito muito rápido, por isso, removeram o trecho Douane Ancienne, que se situava no início do circuito, dando origem ao famoso conjunto de curvas Raidillon e Eau Rouge, melhorando assim, a velocidade média do circuito. Depois dessas curvas, o circuito continuava subindo até à zona mais alta do circuito, as curvas Kemmel, actualmente transformadas em recta. Esta subida terminava em Les Combes, uma esquerda que iniciava uma descida para Burnenville. Depois passava-se por esta aldeia realizando uma direita muito rápida, sempre em aceleração. Chegando perto de Malmedy, a recta Masta começava e terminava na curva Masta Kink, antes de chegar à cidade de Stavelot. Em seguida, a pista atravessava uma secção em linha recta com algumas curvas chamadas de La Carriere, passando por duas esquerdas rapidíssimas, a primeira sem nome e a segunda chamada de Blanchimont, até que no fim chegava-se à La Source, um gancho para a direita, no qual os carros chegavam com muita velocidade e por isso os pilotos tinham que realizar uma travagem muito forte. Com este layout, a extensão do circuito passou para 14,12 km.
As características de Spa-Francorchamps naquela altura tornavam-no num circuito muito perigoso, no qual se assistiu a muitas mortes. Para diminuir a possibilidade de mortes, em 1970 fez-se algumas alterações que não alteraram muito o layout do circuito, mas diminuíram, como pretendido, as mortes.
Outra característica atractiva do circuito era o clima da floresta Ardennes, que era muito imprevisível e o circuito era de tal forma extenso que era possível estar a chover numa zona do circuito e noutra a pista estar completamente seca.
Presente desde o início oficial da Fórmula 1 em 1950, ficou ausente entre 1972 à 1982. Neste período, o Grande Prêmio da Bélgica realizou-se em 1972 e 1974 em Nivelles, enquanto que em 1973, 1975 à 1982 e 1984 em Zolder.
A pista foi remodelada e em 1983, Spa-Francorchamps voltou a receber um Grande Prémio, mas nesse ano ele foi apresentado com um novo layout e, embora o novo circuito tivesse a metade do comprimento original, ele manteve muitas das características anteriores. Mesmo com esta redução, o clima foi sempre um factor instável e, embora com menos probabilidade, ainda era possível que chovesse numa zona do circuito e outra zona esteve completamente seca.
No ano seguinte, ainda se realizou um Grande Prémio em Zolder, mas em 1985 voltou definitivamente para a Fórmula 1 e até agora, foi sempre Spa-Francorchamps que abrigou o Grande Prêmio da Bélgica desde essa altura. Ficou ausente, novamente, do calendário em 2003 e 2006, supostamente, por motivos comerciais.
Michael Schumacher foi quem venceu mais corridas em Spa, registando seis vitórias, um record aplicável a todas as versões do circuito.
O traçado actual
Actualmente, Spa-Francorchamps ainda integra o Campeonato do mundo de Fórmula 1, estando, juntamente com Silverstone, Mónaco, Nürburgring e Monza, na lista dos circuitos clássicos utilizados actualmente. Mesmo passados todos estes anos, Spa ainda é uma pista muito importante. É o circuito preferido da maioria dos pilotos e não é difícil saber porquê.
A maioria das pessoas relacionadas com a Fórmula 1, desde profissionais a fãs, acreditam que quando o circuito diminuiu para metade do seu perímetro, ficou melhor, pois manteve-se um circuito rápido, com curvas rápidas e clima instável. É um circuito bastante completo e variado, com os três sectores bem distribuídos, cada um com suas características.
O primeiro sector começa com a La Source, que continuou a ser um gancho. Interessantemente, esta de última passou para primeira curva, pois a meta passou para a recta de cima. Depois, percorre-se a antiga recta da meta que vai dar à Eau Rouge, percorrida a mais de 300 Km/h por um carro de Fórmula 1, e continua até ao final da gigantesca subida em recta, a chamada recta Kemmel. Concluindo, neste sector só se trava em La Source, depois, está-se sempre em aceleração, até à travagem para a chicane Les Combes, que outrora também era a travagem desta zona, embora fosse uma curva para a esquerda localizada noutra zona.
Enquanto o primeiro sector caracteriza-se por ser rápido, o segundo caracteriza-se por ser técnico. A maior parte das curvas integram este sector, e são curvas médias e rápidas. A curva Bruxelles é a curva mais lenta, sendo um ganho largo que forma uma descida. Este sector técnico termina com a curva stavelot e assim inicia-se o terceiro sector, também caracterizado por ser muito rápido. A única travagem deste sector é para a chicane Bus Stop, localizada na entrada para a recta da meta. Assim como o primeiro sector, só tem uma travagem e ambas as travagens são fortes.
Apesar de seu layout muito alterado, manteve suas características principais e mesmo com curvas mais lentas, 71% deste traçado é percorrido em aceleração total e, exceptuando a curva La Source e a chicane Bus Stop, as curvas deste circuito são realizadas em velocidades superiores a 140 km/h.
A pista ainda tem outra característica apelativa. No calendário actual, Spa-Francorchamps é o circuito com maior diferença de altitude entre a zona mais baixa e a zona mais alta do circuito e também possui o maior trecho em declive. Desde a recta que antecede a curva Rivage até setenta metros depois da curva de Stavelot são percorridos 2,5 km a descer.
Sem comentários:
Enviar um comentário