domingo, 29 de março de 2015

Lendas e Motores - A Ferrari o Vettel e o Doutor



Um sonho que para a Ferrari se concretizou mais cedo do que mesmo em Maranello se esperava. Mas a oportunidade surgiu. Com a temperatura altíssima em Sepang, com o composto médio mais rápido e a ser muito bem usado pelo SFT15 de Maranello, com um Safety Car que entrou na corrida e no que se verificou depois, um erro tático da Mercedes ao fazer nessa altura os seus 2 pilotos mudarem aí de pneus. 

Pelo contrário Vettel manteve-se em pista assumiu a liderança e foi embora, enquanto com o composto duro no carro e em 6º lugar, no relançamento de prova, Hamilton levou tempo até encontrar pista livre de novo. 

Vettel consegue assim a sua 1ª vitória para a Ferrari, na sua 2ª corrida pela escuderia de Maranello. Schumacher venceu na sua 7ª vez em pista com um Ferrari. 

Foi a 40ª vitória na carreira do alemão, algo que só 3 pilotos conseguiram (Schumacher, Prost e Senna. Este triunfo é também o final de um jejum de 676 dias, 34 GPs em que a Ferrrari não vencia (Alonso GP de Espanha de 2013) e acabando com aquela que é a maior sequência em que 2 equipas dividiram entre si os triunfos, (Red Bull e a Mercedes).

O desempenho da Ferrari em Sepang é um toque de alerta para a Mercedes. Certo que as condições de pista conduziram a este resultado. Com outra temperatura os Ferrari não teriam estado a este nível, recordando que mesmo após um furo no início de corrida, Raikkonen recuperou até ao 4º lugar final, o que confirma a excelente forma dos carros italianos na Malásia. 

Se a Mercedes enfrentará desde já um ataque ao seu domínio no mundial é um exagero, mas o ritmo da Ferrari com o composto médio foi impressionante e o motor Ferrari que debita tanto quanto o Mercedes são fatores para deixar em aberto o futuro. O trabalho no motor Ferrari desde 2014 foi incrível e a gestão de pneus foi brilhante em pista.

Mas a Mercedes facilitou. No Sábado quando a Mercedes usou na 1ª fase de qualificação o composto médio, deu a entender que hoje faria 3 pitstops na corrida e que o composto duro seria o seu preferido para a corrida. A Ferrari soube aí, que teria uma chance de vencer. 

E na corrida, deixou de ter controlo quando levou Hamilton e Rosberg para um primeiro pitstop com o Safety Car em pista. Colocaram aí o composto duro e levaram tempo a recuperar pista livre. Vettel achou-se com pista livre para abrir vantagem no comando. 

A Mercedes pensou que a resiliência do carro chegava. Vettel fez o seu 1º pit stop apenas na 17ª volta, 13 voltas depois de Hamilton e saiu para a pista para rapidamente passar Rosberg que nem conseguiu responder. 


A Ferrari fez apenas 2 paragens, uma a menos que a Mercedes. Mas o último elemento, o que faltava, para a vitória cair no colo de Vettel e da Ferrari, foi aí mostrado. Vettel fez a sua 2ª e última paragem colocando o composto mais lento, o duro. Era aí que a vitória poderia escapar. Com os duros, o Ferrari não era tão rápido. Hamilton parou logo a seguir e poderia usar no turno final os "médios", mais de 1,5s por volta mais rápidos que os "duros". Só que Hamilton voltou a sair com outro composto duro. Porque não tinha pneus médios novos disponíveis, pois uso-os ontem no treino. Nessa hora, Vettel e a Ferrari sabiam que tinham a corrida controlada. Sem erros em pista ou problemas mecânicos, não perderiam aquela que seria a sua 1ª vitória em 34 GPs.

O campeão do mundo ainda reduziu a diferença para Vettel até aos 10s mas a partir daí ficou claro que não dava para mais. 

Atrás de Vettel e Hamilton, fechou Nico Rosberg que ainda menos conseguiu travar Vettel, quando este o passou na primeira fase de corrida e saiu à sua frente na 2ª paragem de pitstop. 

No 4º lugar Raikkonen, uma confirmação como se escreveu acima, do desempenho notável da Ferrarim, apesar de um furo provocado pela asa frontal do Sauber de Nasr ainda na 1ª volta. O Safety Car fê-lo regressar à corrida, é certo.

O finlandês acabou na frente dos Williams de Valtteri Bottas e Felipe Massa, com um duelo até à última volta entre si pelo 5º lugar, com vantagem para Valtteri sobre o brasileiro, numa decisão aberta e bonita.

Com 17 anos, 5 meses e 27 dias Max Verstappen no Toro Rosso, foi impressionante, tornando-se o mais jovem piloto da história a marcar pontos num GP de F1, também ele a fechar na frente de um companheiro de equipa. Uma decisão também conhecida no final da corrida, com Verstappen a levar a melhor sobre o também estreante, Carlos Sainz Jr.


E já que os duelos foram aos pares, o 9º e 10º lugares foram discutidos entre os 2 pilotos da Red Bull. Não deixa de ser notável que os dois miúdos da Toro Rosso venceram a escuderia principal do grupo, a RBR.  Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat forma nono e décimo, respetivamente. Porém, é preciso relevar que ambos os RB11 da Red Bull tiveram problemas de travões que obrigaram ambos os seus pilotos a fazer o final de corrida de modo mais lento. A acrescentar para Ricciardo um toque na asa frontal na largada que comprometeu em toda a corrida o seu ritmo ideal.

Despercebidos desta feita os Sauber, com Nasr a bater em Raikkonen no arranque, a ser obrigado a ir à boxe com problema na asa frontal, não foi famoso o fim-de-semana, terminando no 12º lugar. Marcus Ericsson despistou-se no início da corrida, levando à entrada do Safety Car. 

A Lotus perdeu Pastor Maldonado já quase no fim e com problemas diversos na corrida, piões e vítima até de um toque em pista dado por Sergio Perez, Grosjean não foi além do 11º lugar.

Ambos os Force India foram penalizados em 10s por toques dados em pista a outros pilotos. Além de Perez em Grosjean, também Nico Hulkenberg sofreu a penalização por tocar em Daniil Kvyat.

A corrida da McLaren não foi o que estava nos planos. Alonso e Button até chegaram aos pontos, porque largaram com pneus duros e todos os que tinham composto médio foram cedo fazer uma primeira troca. Mas a prova não iria longe com problemas nos Honda de Fernando Alonso (arrefecimento do ERS e motor) e Jenson Button (Turbo) que assim abandonaram nas boxes.
Após o GP da Malásia, o mundial de Pilotos é liderado por Hamilton com 43 pontos, seguido de Vettel com 40, Rosberg 33, Massa 20, Raikkonen 12, Nasr e Bottas 10, Ricciardo 9. No mundial de construtores a Mercedes tem 76 pontos, a Ferrari 52, Williams 30, Sauber 14, Toro Rosso 12, Red Bull 11 e Force India 7.


Mas não só o vermelho brilhou este fim de semana...

Mais tarde o azul intenso com o seu amarelo característico brilhou na noite do Qatar...

Incrível, fantástica, inacreditável, soberba… difícil encontrar tantos adjetivos para descrever a vitória de Valentino Rossi (Movistar Yamaha) neste domingo no Grande Prémio Commercial Bank do Qatar, naquela que foi, talvez, a melhor corrida das últimas temporadas da MotoGP.

Após largar na oitava posição da grelha, Rossi iniciou uma busca cautelosa mas agressiva àqueles que lideravam a corrida, chegando facilmente à quarta posição, atrás da Yamaha de Jorge Lorenzo e as Ducati de Andrea Dovizioso e Andrea Iannone. O que se viu a partir daí foi uma corrida electrizante, daquelas que não se pode tirar o olho da TV para não perder as muitas ultrapassagens que determinavam trocas de posições dos quatro da frente a todo instante.

No final o nove vezes Campeão do Mundo Rossi mostrou para o mundo que continua a ser o “The Doctor”, e que veio com tudo para disputar em igualdade de condições o campeonato deste ano, conquistando a primeira vitória da temporada de 2015 da Categoria Rainha da MotoGP™ no Qatar.

Incrível também foi o renascimento da Ducati Team, mostrando superioridade na força do motor e fazendo a dobradinha nos segundo e terceiro lugares com Dovizioso e Iannone. Jorge Lorenzo (Movistar Yamaha) foi quarto após ter liderado em vários momentos da corrida, enquanto Marc Márquez (Repsol Honda Team) fez uma impressionante recuperação desde a última posição, após perder a trajetória na curva 1 na primeira volta, terminando a corrida em quinto ( de salientar a sua velocidades máxima, que ultrapassou os 350 km/h ) . O seu colega de equipa, Dani Pedrosa, terminou em 6º, com Cal Crutchlow (CWM LCR Honda) a ficar com a posição de melhor piloto das equipas satélites, em sétimo. Héctor Barberá (Avintia Racing) foi o melhor entre os pilotos Open ao terminar em 15º.

Se por algum motivo perdeu a corrida, aqui fica um cheirinho...




Sem comentários:

Enviar um comentário