sábado, 7 de setembro de 2013

Lendas e Motores - Stefan Bellof


Stefan Bellof


Este piloto Alemão poderia ter-se tornado um caso sério na Formula 1... O seu talento era equiparado aos melhores da sua geração, Ayrton Senna e Bellof em 1985 eram os grandes talentos emergentes na Formula 1... Para a Historia fica a sua grande exibição no Gp do Monaco de 1984 e o ainda seu Recorde no Circuito de Nurburgring com um Porsche 956 com o tempo de 6:11:13... 



Stefan Bellof (Giessen, 20 de Novembro de 1957 — Spa-Francorchamps, 1 de Setembro de 1985) foi um piloto alemão de automobilismo.
Em Dezembro de 2009, foi eleito pelos seus pares como o 35º melhor piloto de Fórmula-1 de todos os tempos. A eleição foi organizada pela revista inglesa Autosport, que consultou 217 pilotos que passaram pela categoria.



O Início

Stefan Bellof iniciou a sua carreira nos karts, estreando no Campeonato Junior em 1973 e correndo até 1980, obtendo os títulos da Taça Internacional de Kart no Luxemburgo, em 1976, e o Campeonato Alemão Senior em 1980.
Em 1979, estreou nos monopostos, obtendo um segundo lugar em Hockenheim em uma prova de Fórmula Ford 1600. No ano seguinte, obteve sete vitórias na Fórmula Ford alemã, o que lhe valeu um convite para disputar a Fórmula Ford 2000 e a Fórmula Ford Internacional, categoria na qual obteve seis vitórias e o título do campeonato.


Categorias de Base

Já em 1981 passou para a Fórmula 3 alemã, obtendo três vitórias e o terceiro lugar na classificação final do campeonato, feito que chama a atenção do empresário Willy Maurer, que passa a representá-lo. Logo no ano seguinte passa para a Fórmula 2 europeia, que disputou pela equipe Maurer-BMW. Stefan conseguiu a proeza de vencer as suas duas primeiras corridas na categoria, em Silverstone e Hockenheim; todavia, os motores BMW não rendem tanto quanto os motores Mugen, e Bellof obteve apenas mais um segundo lugar em Enna Pergusa e um terceiro lugar em Hockenheim, terminando o campeonato na quarta posição.
No mesmo ano, estreia nos Sport-Protótipos disputando os 1000 km de Spa-Francorchamps, com um Porsche. Apesar de não terminar a corrida, impressionou positivamente os chefes de equipe pela rapidez alcançada.


Protótipos

Após a boa estreia em Spa, Bellof assinou contrato para a temporada de 1983 com a equipe Porsche, visando à disputa do Mundial de Sport-Protótipos, ao mesmo tempo que correria na Fórmula 2 europeia pela equipa de Willy Maurer, onde a sua melhor classificação é um segundo lugar em Jarama. Nos protótipos, porém, vence os 1000 km de Silverstone, Fuji e Kyalami. Para coroar a temporada, estabelece o recorde de volta definitivo no antigo circuito de Nurburgring. Termina o campeonato na quarta posição.
Em 1984 iniciou a temporada como um dos favoritos ao título pela equipe Brun-Porsche, e confirmou as espectativas durante a sessão ao vencer as corridas de Monza, Nurburgring, Spa-Francorchamps, Ímola, Fuji e Sandown Park. Com mais um quarto lugar em Mosport Park e um quinto lugar em Brands Hatch, sagrou-se campeão mundial ao final do ano, causando espécie pela rapidez com que atingiu tal nível, correndo contra pilotos consagrados como Jacky Ickx, Derek Bell, Hans Stuck e Jochen Mass.


A estreia na Fórmula 1

O desempenho de Bellof na disputa do Campeonato Europeu de Fórmula 2, aliado às vitórias obtidas pela Porsche no Mundial de Protótipos, rendeu-lhe um convite de Ron Dennis para testar um McLaren de Fórmula 1 na pista de Brands Hatch, juntamente com os outros estreantes Ayrton Senna e Martin Brundle. Nesse teste, impressiona o dirigente da equipe inglesa, ao obter tempo de volta apenas um décimo inferior ao obtido por Senna, mesmo correndo com uma versão mais antiga do motor Cosworth, em desvantagem frente ao piloto brasileiro, que utilizava um motor mais moderno. Posteriormente, Bellof chegou a ser inscrito em três grandes prêmios: na Inglaterra e Alemanha, pela ATS, e no Grande Prémio da Europa, pela própria McLaren, mas acabou não participando das provas. Para 1984, o piloto alemão assinou contrato com Ken Tyrrell para disputar o Mundial de Fórmula 1 pela sua equipa. Ali, o seu desempenho no único carro equipado com motores normalmente aspirados, com desfasagem de mais de 200 cv em confronto com os motores turbo então dominantes na categoria, atrai a atenção da crítica especializada.

Obteve o seu primeiro ponto ao terminar em 6º lugar o GP da Bélgica, em Zolder; conseguiu ainda um 5º na corrida seguinte, o GP de San Marino, em Ímola.

Todavia, o seu grande desempenho ocorreu no GP do Mónaco. Mesmo largando da 20ª e última posição e debaixo de chuva forte, o alemão realizou uma corrida repleta de ultrapassagens, incluindo uma ultrapassagem antológica sobre a Ferrari de René Arnoux no mergulho da curva Mirabeau, e já se encontrava na 3ª posição, aproximando-se dos primeiros colocados, Ayrton Senna da Toleman e Alain Prost da McLaren, ambos com motores turbo, quando a prova foi interrompida, na 32ª volta, em virtude das péssimas condições climáticas. Ainda assim, o pódio dividido com Senna mostrava as novas estrelas da categoria.

Bellof ainda teve destaque em Detroit, quando corria na 2ª posição até sofrer um acidente. Porém, após essa corrida, a análise do carro do seu companheiro de equipe, Martin Brundle, que terminou a prova em 2º lugar, detectou várias irregularidades, tais como a utilização de lastros e a mistura de componentes proibidos na gasolina utilizada.
Desse modo, em uma medida sem precedentes, a Federação Internacional de Automobilismo baniu a equipa Tyrrell da temporada, desclassificando os seus pilotos de todas as corridas anteriormente realizadas. Bellof, então, passou a se dedicar exclusivamente aos Protótipos.


A última temporada

Mesmo com as irregularidades verificadas na sua equipe, ao final do ano o nome de Bellof estava no meio das discussões das principais equipes, assim como o outro estreante daquele ano, Ayrton Senna. Para 1985, apesar de especulações ligando seu nome à Ferrari, o piloto alemão se manteve em suas equipes tanto na Fórmula 1 como nos Sport-Protótipos. A Tyrrell continuava a dispor dos motores Cosworth, sendo a única equipe a disputar o campeonato mundial sem motores turbo (a estreante Minardi correu com os Cosworth apenas nos dois primeiros GPs do ano). Já nos Sport-Protótipos, a Porsche continuava como favorita.

Nessa temporada, entretanto, Bellof decide dar prioridade à Fórmula 1 em detrimento do Mundial de Sport-Protótipos, categoria na qual conseguiu apenas um 3º lugar em Mugello e um 5º em Monza. Foi no GP de Portugal, no Estoril, que obteve o seu primeiro ponto válido após as desclassificações no ano anterior, ao chegar em 6º lugar debaixo de uma forte chuva, com o nariz do seu Tyrrell danificado, após ter largado da 21ª posição. Além disso, conseguiu ainda um 4º lugar no GP dos Estados Unidos em Detroit, marcando os três últimos pontos para o lendário motor Ford-Cosworth atmosférico.

Tais desempenhos aproximaram Bellof da Ferrari, fazendo surgir fortes rumores de que um contrato de dois anos havia sido assinado com a equipa italiana a partir de 1986, o que evidenciava ainda mais o seu potencial. No GP da Alemanha, em Nürburgring, passou a dispor de um motor Renault turbo no seu Tyrrell, que o levou ao 8º lugar na prova; na corrida seguinte, o GP da Áustria, em Österreichring, obteve o 7º posto, e no GP da Holanda, em Zandvoort, abandonou com problemas no motor francês.


No dia 1º de Setembro de 1985, Bellof retornou aos Sport-Protótipos para disputar os 1000 km de Spa-Francorchamps. Na 77ª volta, ao disputar a liderança com o belga Jacky Ickx, Stefan tentou uma arriscada ultrapassagem por fora na entrada da curva Eau Rouge. Os dois Porsche se tocam; o Porsche de Ickx bate com a traseira direita nos guard-rails, ao passo que o carro de Bellof vai bater frontalmente no muro de proteção, incendiando-se. Bellof é retirado do carro e levado para o centro de cirurgia do circuito, mas não resiste aos ferimentos e falece no local, uma hora após o acidente.


Anos depois, ao comentar o significado da perda de Stefan Bellof, o renomeado jornalista especializado inglês Nigel Roebuck afirmou o seguinte: “Se Bellof iria vencer Grandes Prêmios? Não tenho dúvida nenhuma. Aliás, acredito que ele seria o primeiro campeão do mundo alemão. Não há como questionar que ele tinha habilidade para isso e, embora a Ferrari nunca tenha confirmado, não restam muitas dúvidas que ele seria o parceiro de Michele Alboreto na equipe em 1986. A sua morte foi uma perda horrível para o desporto e ainda maior para aqueles que o conheciam”.









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