sábado, 17 de outubro de 2015

Lendas e Motores - Panoz Esperante GTR-1


O Panoz Esperante GTR-1 foi um carro de corrida desenvolvido pela Panoz Auto Development em conjunto com a Reynard Motorspor, para corridas de GT de resistência em 1997. Embora, mais tarde, o nome do roadster da Panoz, venha a ser chamado de Panoz Esperante, o protótipo GTR-1 não cedeu nenhuma contribuição mecânica para a produção do Esperante roadster, partilhando apenas pequenos pontos de design. O GTR-1 competiu no Campeonato da FIA GT e nas 24 Horas de Le Mans na Europa, bem como o GT IMSA, United States Road Racing Championship, e American Le Mans Séries na América do Norte.

Desenvolvimento

Iniciado em 1996, a divisão da Reynard Motorsports começou a trabalhar com a Panoz para iniciar o desenvolvimento de um estilo de protótipo para GT. Don Panoz, que queria manter um estilo americano de desenho, insistiu que o protótipo deveria ter as suas bases em um carro desportivo. Devido a isso, o Esperante GTR-1 tornou-se único em comparação ao seus concorrentes como a: Mercedes-Benz, Lotus, Porsche, McLaren que possuíam o motor localizado na parte de trás do cockpit. Embora situado atrás do eixo dianteiro para dar-lhe um layout equilibrado,o motor na frente do GTR-1 deu proporções incomuns , incluindo uma longa dianteira. Devido ao comprimento do mesmo, o Esperante GTR-1 recebeu o apelido de "Batmóvel", devido à sua semelhança com o carro usado pelo herói dos desenhos animados. Após a temporada inicial de 1997, a carroçaria foi modificada em 1998 devido ao alongamento da frente.


Para o motor, a Panoz seguiu a moda americana, usando um motor Ford V8 semelhante ao utilizado no seu Esperante anterior. Porem em vez de a Panoz utilizar um V8 de 4.0L, a Panoz construiu um motor V8 de 6.0L em colaboração com a Ford

A fim de atender aos requisitos de homologação propostos pela ACO, dizendo que os carros de corrida deveriam ser baseados na produção de carros de rua, a Panoz construiu uma versão do Panoz GTR-1 unicamente para torná-lo capaz correr legalmente. Este carro foi mantido por Don Panoz.



Q9 híbrido

Para 1998, a Panoz chegou a um acordo com a inglesa Zytek, para desenvolver um motor eléctrico híbrido para o Esperante GTR-1. A ideia era que o carro seria capaz de percorrer distâncias maiores , usando um motor eléctrico nos momentos de aceleração, não exigindo, portanto, o motor a gasolina. Para isso, foi necessário um grande conjunto de baterias para alimentar um gerador eléctrico que accionava as rodas traseiras. A fim de recarregar as baterias, um sistema de travagem regenerativa seria ligado ao sistema de travagem do carro, a fim de aproveitar o calor emitido dos travões, a fim de ser usado para recarregar as baterias.


Ao usar menos combustível, o carro seria capaz de fazer menos paragens em corridas de Endurance, como as 24 Horas de Le Mans sendo, portanto, capaz de gastar mais tempo em pista e percorrer maiores distâncias. O carro, conhecido como Q9, foi construído pela Panoz juntamente com Reynard e a Zytek sendo desenvolvido mais tarde pela David Price Racing para a temporada 1998. Em honra da sua proposta, o carro recebeu uma pintura exclusiva roxo com grandes relâmpagos amarelos.


Resultados

1997

Um total de seis Esperante GTR-1 foram construídos pela Panoz, Ford e Reynard, sendo divididos entre três equipes. A Panoz manteria dois deles por seu esforço próprio. A equipa DAMS usaria dois na Europa juntamente com a equipe britânica David Price Racing que recebera os dois últimos carros. Os carros estrearam-se nas 12 Horas de Sebring de 1997, mas não conseguiram terminar após 108 voltas. Enquanto isso, a David Price com o primeiro Esperante GTR-1, para a estreia em Hockenheimring no Campeonato da FIA GT, conseguiu terminar em 11º lugar atrás das concorrentes McLaren e Porsche .

As três Equipas continuaram, e a Equipa da Panoz teve o primeiro sucesso em Road Atlanta, ganhando um evento de GT, seguido pelas 6 Horas de Watkins Glen, ganhando pela classe GTS-1 e também na geral. No final, o Campeonato de Construtores terminou com a Porsche em 1º e a Panoz em 2º lugar. Na Europa, porém, o Esperante GTR-1 sofreu com a falta de ritmo. A DAMS não conseguiu marcar pontos no Campeonato, enquanto que a David Price obtinha um modesto 3º lugar.

Para as 24 Horas de Le Mans, três dos GTR-1 foram inscritos por David Price. Infelizmente, nenhum dos carros foi capaz de terminar.


1998

Para 1998, com a evolução da carroceria do Esperante GTR-1 , o programa foi expandido. A Equipa Panoz não correria somente pela IMSA GT, mas também pela USA Road Racing Championship. A DAMS continuaria na FIA GT, enquanto que a David Price desistiria na tentativa de desenvolver o Esperante GTR-1 Q9 para as 24 Horas de Le Mans.

Em USSRC, a fábrica da Equipa Panoz lutou mais uma vez para projectar um carro mais rápido que a rival Porsche, que tinha vencido três dos cinco eventos na temporada anterior, tendo perdido para Porsche no Campeonato de Construtores, por apenas três pontos de diferença, mas vencendo o Campeonato de Equipas. Em IMSA, a Panoz foi mais dominante, ganhando sete das oito corridas, inclusive tendo uma vitória em Sebring sobre forte chuva .

Na Europa, a Panoz voltou a se mostrar mais poderosa. Embora incapaz de competir com a Mercedes-Benz CLK GTR, o protótipo foi capaz de competir bem contra a rival Porsche, ganhando pontos em sete das dez provas com melhores resultados, com um 3º lugar em Hockenheim e Dijon-Prenois.


A David Price Racing testou o GTR-1 Q9 ao longo da temporada, tentando manter a sua aparência de competição no dia dos testes para as 24 Horas de Le Mans. Infelizmente, o carro só foi capaz de alcançar o 39º lugar, bem atrás dos dois carros da equipa Panoz. Verificou-se que o carro estava muito acima do peso e diminuiu-se a adição das baterias, necessárias para executar o sistema híbrido. Mesmo assim, os planos para competir em Le Mans foram abandonados. O carro iria fazer mais uma aparência no evento de Petit Le Mans, parte do calendário IMSA. O carro conseguiu terminar em 12º lugar. Depois disso, o projecto do Esperante Q9 foi cancelado.

Entretanto, com a ida do Q9, a equipe Panoz mantinha-se concentrada com os seus dois próprios carros. Apesar de um dos carro não conseguir terminar, o segundo veículo terminou em 7º lugar terminando apenas 16 voltas do vitorioso Porsche 911 GT1.

1999

Embora o Esperante GTR-1 tivesse tido grande sucesso em 1998, a Panoz estava ciente de que os automóveis de corrida para GT estavam se tornando máquinas altamente exóticas não se assemelhando em nada com um carro de rua, sendo o caso do Toyota GT-One. Portanto a Panoz percebeu que eles não seriam capazes de competir com os Esperante GTR-1. Portanto ficou decidido que Panoz iria passar o seu protótipo para classe LMP. Isto também foi ajudado pelo fato de que a FIA GT decidiu abandonar a classe GT1, deixando o Esperante GTR-1 incapaz de competir na Europa.


Portanto, enquanto o desenvolvimento do novo LMP-1 Roadster S estava em curso, a Panoz empurrou o GTR-1 para American Le Mans Séries. Dois GTR-1 iriam correr em Sebring não completando o evento. Na próxima corrida em Road Atlanta, o novo protótipo Panoz LMP-1 estreou-se e assim um dos GTR-1 fora retirado da competição para poder dar lugar ao novo protótipo. Infelizmente O LMP-1 não obteve o desempenho desejado. Mais tarde o restante GTR-1 foram retirados dando lugar aos novíssimos LMP-1.


O design do Esperante GTR-1 formou a base para o LMP-1 Roadster-S, utilizando o esquema do mesmo motor na frente e do nariz grande, sendo considerado por muitos um Esperante GTR-1, porem de cockpit aberto.

Final

Em 2003, a Panoz decidiu ressuscitar o chassi 003 (anteriormente dirigido pela David Price Racing) para ser usado com cockpit fechado denominado Esperante GT-LM GT2. O carro foi inscrito nos 1.000 km de Le Mans. O carro, infelizmente, não terminou devido a problemas electrónicos.

Após esse evento, o carro foi comprado pela francesa Larbre, sendo renomeado para GTP Panoz para reflectir sua mudança de classe. O carro seria modificado para as 12 Horas de Sebring, terminando em 9º lugar. O carro seria o próximo aparecer nas 24 Horas de Le Mans, onde abandonou a corrida logo no início. A última aparição foi feita na Le Mans Séries em Spa-Francorchamps, que obtera um 14º lugar. Logo após isso o protótipo foi aposentado.


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