sábado, 6 de dezembro de 2014

Lendas e Motores - Satoru Nakajima


Satoru Nakajima (Okazaki, 23 de fevereiro de 1953) é um ex-piloto japonês de Fórmula 1.

Foi o primeiro piloto da sua nacionalidade a fazer uma temporada completa na categoria. Sempre com o pesado apoio da Honda, que o apoiou durante toda a carreira.

Começou a pilotar cedo, primeiro no carro do seu pai, e aos 16 anos começou a correr em karts. Em 1974, tornou-se campeão de Turismo Japonês, a bordo de um Mazda. Três anos mais tarde, ganha a Formula Japan Series, e chega à Fórmula 2, onde ganha a sua primeira corrida no ano seguinte. Em 1981 conquista o primeiro título na Fórmula 2 Japonesa. Repete esse feito em 1982, 1984, 1985 e 1986, tornando-se num dos pilotos mais bem sucedidos no seu país.

No final daquele ano, a Honda decide fornecer motores à equipa Lotus, pois a empresa também fornecia propulsores à Williams. Nakajima, que era também piloto de testes da Honda, foi convidado para ser companheiro de equipa de Ayrton Senna, que o que aceitou prontamente.


Na sua primeira temporada, Nakajima tornou-se conhecido não só por ser o primeiro piloto japonês a fazer uma temporada completa na Fórmula 1, mas também por ser o único piloto que tinha um equipamento a bordo que captava o seu estilo de pilotagem, algo que não existia antes. Foi o pioneiro de algo que hoje em dia se tornou comum: as filmagens onboard.

Além disso, as suas performances foram dignas de respeito: mesmo com 34 anos (idade muito avançada para um estreante na Fórmula 1) e de não conhecer a maioria das pistas em que iria correr, conquistou o primeiro ponto logo na sua segunda corrida (sexto lugar no GP de San Marino de 1987). Foi na Grã-Bretanha, entretanto, onde ele colheu o seu melhor resultado do ano: um quarto lugar. No final, ficou com 7 pontos e o 12º lugar na classificação geral.

No ano seguinte, a Lotus teve uma troca de brasileiros: Senna foi para a McLaren, dando lugar a Nelson Piquet. Mas nada deu certo para a equipa, e Nakajima só conseguiu um ponto na prova inaugural, no Brasil. Fechou a temporada em 16º lugar.

No final do ano, a Honda saiu da Lotus e a equipa teve de se refugiar nos motores Judd. A equipa de Colin Chapman estava na fase final de sua existência e tanto Piquet quanto Nakajima tentavam fazer o carro entrar nos 26 que participariam nas corridas. Nem sempre conseguiram largar em todas, mas na prova final, na Austrália, debaixo de forte chuva, o piloto japonês fez uma das melhores provas da sua vida, terminando em quarto lugar e fazendo a volta mais rápida. Os três pontos que tinha ganho naquele dia deram-lhe o 21º posto na classificação geral, com uma volta mais rápida.


Em 1990, assina com a Tyrrell. A sua temporada foi um pouco melhor que a anterior, e os três pontos que conseguiu deram-lhe o 15º posto. No ano seguinte, a Honda veio em seu auxílio, ao fornecer motores para a tradicional equipa inglesa.

Também em 1990, na volta da Fórmula 1 ao Autódromo de Interlagos - que contara agora com o novo S do Senna e outras modificações significativas no circuito - frustrou milhões de espectadores brasileiros quando envolveu-se em um acidente com Ayrton Senna. O piloto brasileiro estava a líder com folga, quando Nakajima, que era retardatário, cortou Senna durante uma manobra de ultrapassagem na travagem para o bico-de-pato.

O choque forçou Ayrton Senna a trocar o bico do carro nas boxes, perdendo pelo menos 40 segundos em pista, caindo para a terceira posição e deixando a vitória para seu rival (e algoz de 1989) Alain Prost. A primeira vitória de Senna em território brasileiro seria adiada para 1991.

No seu último ano como piloto profissional, Nakajima não conseguiu mais do que um quinto lugar na prova de estreia, em Phoenix. Ele abandonou as pistas no chuvoso GP da Austrália, que marcou também a despedida de Nelson Piquet, seu ex-companheiro de equipa na Lotus.

Após a sua saída da categoria-mor do automobilismo, mesmo aposentado das pistas, continuou mantendo ligações com a Honda entre 1993 e 1994, na primeira tentativa da marca em voltar à competição através de uma equipa própria, como fizeram nos anos 60, sendo o seu piloto de testes.

Satoru também fundou a sua própria equipa. Fundou a Nakajima Racing, onde descobriu alguns pilotos: o anglo-irlandês Ralph Firman, os seus compatriotas Tora Takagi e Takashi Kogure, o holandês Tom Coronel, o alemão André Lotterer e o norte-irlandês Richard Lyons.

O nome Nakajima continua a ser lembrado, não só pelo que Satoru representou mas também pelos seus filhos. Kazuki Nakajima, filho mais velho de Satoru, disputou duas duas temporadas de F-1 (2008 e 2009), pela equipa Williams - já havia corrido o GP do Brasil de 2007 sucedendo Alexander Wurz. Já Daisuke, seu filho mais novo, compete na Fórmula Nippon, assim como Kazuki.




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