domingo, 4 de junho de 2017

Lendas e Motores - Graham Hill



Norman Graham Hill ou mais conhecido no automobilismo como Graham Hill (Hampstead, 15 de Fevereiro de 1929 — 29 de Novembro de 1975) foi um piloto Britânico nascido na Inglaterra, bicampeão mundial de Fórmula 1 em 1962 e 1968. Ele esteve na categoria, por 18 temporadas entre 1958 e 1975, sendo também dono da equipa Embassy Hill. Ele é o único piloto a vencer a Tripla Coroa do Automobilismo — 24 horas de Le Mans (em 1972), 500 milhas de Indianápolis (em 1966) e Grande Prémio de Mónaco (em 1963, 1964, 1965, 1968 e 1969).

Hill e seu filho Damon, são os únicos pai e filho a terem ganho o Campeonato Mundial de Fórmula 1. Neto de Hill, Josh Hill, filho de Damon, também fez sua carreira através das categorias e retirou-se na Fórmula 3 em 2013 com a idade de 22 anos.

Ele recebeu o apelido de Mr. Mónaco, em função das cinco vitórias em Monte Carlo na década de 1960: 1963, 1964, 1965, 1968 e 1969 - sua última vitória na categoria. A sua marca foi superada 24 anos depois pelo brasileiro Ayrton Senna, que obteve a sexta em 1993.

Carreira

1958 - Lotus 38 - Graham Hill - Brands Hatch
Graham Hill nasceu em Hampstead, próximo a Londres, no dia 17 de Fevereiro de 1929. As corridas de motos foram sua primeira paixão. A adolescência foi marcada pelas provas de trial na sua cidade natal. A curiosidade levou Hill para o automobilismo.

Ao preço de 1 libra, qualquer pessoa, entusiasta dos carros de competição, podia dar quatro voltas na pista do autódromo de Brands Hatch, a bordo de um velho monolugar. Foi exatamente isto que Graham Hill fez em 1953. A experiência despertou no jovem inglês o gosto pelos carros de corrida. Entusiasmado, passou a frequentar uma associação londrina que reunia os aficcionados do automobilismo desportivo. No Steering Wheel Club, as reuniões eram regadas às conversas sobre os grandes pilotos, as corridas e os carros da época.

Este novo mundo começou a ser real, quando Graham Hill arranjou um emprego de mecânico, em uma pequena escola de pilotagem, em 1954. Em Abril desse mesmo ano, ele faz a sua estreia nas pistas, pilotando um velho Cooper de Formula 3. A quarta posição na sua primeira corrida, fez Graham Hill passar de mecânico a instrutor.

Mas, foi como mecânico que ele foi contratado pela a equipa Lotus, depois de conhecer o construtor Colin Chapman. Em 1955, Chapman organizou um treino para que vários pilotos famosos experimentassem os carros Lotus. No final, o mecânico Hill rodou na pista com os mesmos carros. Resultado:  marcou o segundo melhor tempo do dia e mostrou a Colin Chapman que poderia ser mais útil à equipa como piloto. Foi dessa maneira que passou a ser um dos pilotos do Team Lotus na temporada de 1956.

Graham Hill derrapa no seu BRM ao tentar suster John Surtees e Jim Clark

Apesar de algumas boas atuações, o futuro como piloto ainda continuava incerto. Devolvido à condição de mecânico por Chapman, Hill resolveu deixar a equipa. Voltou para a Lotus em 1958, para disputar o Campeonato Mundial de Formula 1. Porém, os constantes atritos com o todo-poderoso dono da equipa, fizeram com que Graham Hill trocasse a Lotus pela BRM. Nos dois primeiros anos de BRM, Hill alcançou resultados pouco significativos. A história começou a mudar no Mundial de 1962. O piloto inglês venceu 4 das 9 provas da temporada e mais dois segundos lugares renderam pontos suficientes para Graham Hill se tornar Campeão Mundial de Formula 1.

No ano seguinte, Hill ficou com o vice-campeonato, abaixo de Jim Clark, mas venceu o Grande Prémio de Mónaco e o GP dos Estados Unidos. Estas duas vitórias marcaram, também, o início da lenda Graham Hill no automobilismo mundial. Em 1964, Hill obteve boas colocações na maioria dos Grande Prémios e venceu novamente no Mónaco e nos Estados Unidos. Chegou à última prova da temporada, o Grande Prémio do México, dividindo as chances de ser campeão com Jim Clark e John Surtees. Mas, o título se perdeu numa colisão com a Ferrari de Lorenzo Bandini. Mesmo assim, Hill foi o vice-campeão da temporada. No Campeonato Mundial de 1965, o piloto inglês conquistou seu terceiro vice-campeonato consecutivo. O ano ficou marcado, ainda, pela terceira vitória seguida de Hill nos Grande Prémios do Mónaco e dos Estados Unidos.

Graham Hill na Indy 500

Na temporada seguinte, Graham Hill ficou apenas com um quinto lugar no Mundial de Formula 1. A sua maior façanha aconteceu fora da categoria. Venceu as 500 Milhas de Indianápolis, pilotando um Lola-Ford, de 4.200 cc, deixando em segundo lugar o escocês Jim Clark, o grande rival nas pistas da Formula 1. Foi muito por causa dessa vitória espetacular, que Hill voltou à equipa Lotus, em 1967. A Ford, nova fornecedora dos motores da Lotus, quis juntar numa mesma equipa os dois maiores nomes da Formula 1: Jim Clark e Graham Hill. 
A experiência, porém, não deu muito certo, pelo menos em seu primeiro ano. Clark fechou a temporada em terceiro lugar e Hill na sexta posição.

Uma dobradinha da Lotus (Clark em primeiro e Hill em segundo, na África do Sul) na primeira prova do Mundial de 1968, deu novas esperanças à equipa. A maior parte dessas esperanças morreram junto com Jim Clark, no fatal acidente que o Escocês Voador sofreu na pista de Hockenheim, no mês de Abril. Superar a morte do amigo foi o grande desafio de Graham Hill naquele ano. Chegou mesmo a pensar em abandonar as corridas. Convencido a continuar, Hill tornou-se o primeiro piloto da Lotus e fez uma temporada brilhante. Ganhou os Grande Prémios da Espanha, do Mónaco (pela quarta vez) e do México. Foi segundo na África do Sul, Alemanha e Estados Unidos. Aos 39 anos de idade, Graham Hill conquistava seu segundo título na Formula 1.

Hill cimenta a sua reputação no  Mónaco

Mil novecentos e sessenta e nove foi o último grande ano de Hill na categoria. Verdade que conseguiu resultados pouco animadores, mas a quinta vitória no Grande Prémio de Mónaco  lhe deu para sempre o título de Mister Mónaco. No GP dos Estados Unidos, naquele ano, o penúltimo da temporada, o veterano piloto sofreu um grave acidente. Com um pneu furado, o seu Lotus capotou e Hill fraturou as duas pernas. Passou dois meses em um hospital. Depois de um longo período de convalescença, no qual somente se movia em uma cadeira de rodas, Graham Hill voltou à Formula 1 em 1970. Pilotou um Lotus, da equipa Rob Walker e, nos dois anos seguintes, correu com um Brabham.

Em 1972, conseguiu sua última grande vitória. Em parceria com o francês Henri Pescarolo, com um carro Matra, venceu as 24 Horas de Le Mans. Em 1974, depois de um ano de fraco desempenho pilotando um Lola-Shadow, Graham Hill formou sua própria Equipa, a Embassy Racing, com carros Lola-Ford. Foi num deles, que Hill disputou o último Grande Prémio da sua vida. No dia 6 de Outubro de 74, na pista de Watkins Glen, nos Estados Unidos, o Old Man, como era chamado pelos outros pilotos, despediu-se das pistas. Deixou de ser piloto e passou a ser chefe de equipa.

 Graham Hill ganha as 24h de Le Mans em 1972 

Considerado uma instituição do Automobilismo, Graham Hill disputou 176 GPs. Por ele, passaram quatro gerações de pilotos: Juan Manuel Fangio, Jim Clark, Jackie Stwart e Emerson Fittipaldi. Só isso bastaria para incluir Hill na história da Formula 1. Norman Graham Hill morreu em  29 de Novembro de 1975, aos 46 anos de idade. O avião de sua propriedade caiu perto de Londres, depois de levantar voo de Marselha, na França, onde, no circuito de Paul Ricard, Hill desenvolvia testes nos carros da Equipa Embassy-Hill. Junto com ele, morreu Tony Brise, jovem e promissor  piloto da equipa do legendário Graham Hill.

Graham era casado com Bette Hill desde 1955 e deixou três filhos: Brigitte (mais velha), Damon Hill (do meio, que depois se tornaria campeão mundial de Fórmula 1 em 1996) e Samantha. Seu funeral foi na abadia de St Albans, e ele está enterrado na igreja de St Botolphs em Shenley.

Em 1990, Graham foi introduzido ao International Motorsports Hall of Fame.




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