Gilles Villeneuve
Joseph Gilles Henri Villeneuve, mais conhecido como Gilles Villeneuve, (Saint-Jean-sur-Richelieu, 18 de janeiro de 1950 — Lovaina, 9 de maio de 1982) foi um piloto de automobilismo canadense.
Carreira
Villeneuve nasceu na província do Quebec. Era filho de um afinador de pianos e estreou-se no automobilismo em 1975, após uma breve e vitoriosa carreira como piloto de snowmobile em campeonatos de seu país. Foi campeão canadense e norte-americano de Fórmula Atlantic, em 1976, e repetiu o título canadense em 1977. Neste ano, em uma corrida no circuito de Trois-Rivières que contou com a presença de pilotos da Fórmula 1, derrotou e impressionou positivamente o então campeão mundial, o inglês James Hunt, o que lhe rendeu um convite para disputar o Grande Prêmio da Grã-Bretanha, em Silverstone, com um terceiro carro da equipa McLaren.
Nesta prova, com um velho McLaren M23 - mesmo modelo com que o brasileiro Emerson Fittipaldi vencera o campeonato de 1974 - Gilles largou na 9ª posição, entre os pilotos oficiais da equipe, Hunt e o alemão Jochen Mass, porém problemas mecânicos o atrasaram e o canadense terminou a corrida em 11º lugar. A McLaren não convidou mais Gilles para as provas seguintes, mas a sua já crescente reputação e seu estilo arrojado lhe renderam um convite para ser piloto da equipe Ferrari, ainda em 1977, para ser companheiro do argentino Carlos Reutemann. Gilles é muito lembrado pelo seu lendário duelo no Grande Prêmio da França de 1979 contra o piloto francês René Arnoux da Renault. O arrojo de ambos os pilotos nesse confronto foi tão grande que René e Gilles chegaram a ficar lado a lado em uma mesma curva a mais de 150 km/h, Após sucessivas ultrapassagens de ambos os pilotos, Gilles Villeneuve venceria o confronto e receberia a bandeirada em segundo, seguido do próprio Arnoux em terceiro. Após a corrida o francês diria uma frase marcante: "Ele venceu-me, mas isso não me preocupa, pois sei que fui vencido pelo melhor piloto do mundo".
A passagem pela Ferrari
Foi ao volante dos carros vermelhos da equipe italiana que Gilles proporcionou aos espectadores da Fórmula 1 momentos de bravura e perícia e uma série de acidentes impressionantes --- que lhe renderam o apelido de "piloto voador". No mais grave deles, no Grande Prêmio do Japão de 1977, Villeneuve bateu com seu Ferrari 312T2 nº11 no Tyrrell P34 nº3 do sueco Ronnie Peterson, e o carro do piloto canadense foi lançado na direção de dois espectadores que assistiam a prova em local proibido e que morreram.
Em 1979 a Ferrari substituiu Reutemann pelo sul-africano Jody Scheckter. A nova dupla garantiu o primeiro e o segundo lugares, com Scheckter a ser campeão, para além de conquistarem o Campeonato Mundial de Construtores. A partir do ano seguinte, 1980, por promessa do próprio comendador Enzo Ferrari, a equipa passou a direccionar esforços em prol de Villeneuve, mas não foi capaz de se manter na frente das outras equipas.
Depois de duas vitórias e uma boa temporada em 1981, quando a Ferrari entrou para o grupo das equipes com motores Turbo, Villeneuve tornou-se o maior favorito para a temporada de 1982. No entanto, a Ferrari não deixou clara essa posição para o outro piloto da equipa, o francês Didier Pironi. No Grande Prêmio de San Marino, a corrida contou com 7 equipas: Ferrari, Renault, Alfa Romeo, Tyrrell, Toleman, Osella e ATS, enquanto que as demais boicotaram por divergências políticas. Pironi ultrapassou Villeneuve nas voltas finais, descumprindo o acordo entre os dois e a equipa, e venceu a prova. O facto abriu uma crise interna, já visível pelo piloto canadense no pódio após a corrida. Acabou por ser a última prova disputado por Villeneuve. Logo surgiram boatos de que ele, magoado com a Ferrari, pilotaria para a equipa Williams na temporada de 1983.
Morte trágica
Mas já na prova seguinte, o Grande Prêmio da Bélgica, (ainda no autódromo de Zolder), a rivalidade trouxe uma fatalidade. Na disputa para superar o melhor tempo feito por Pironi no treino de classificação, Villeneuve estava em sua última volta rápida quando encontrou, em uma curva de alta velocidade, o March de Jochen Mass retornando para os boxes em velocidade menor. Um erro de cálculo fez com que as rodas dos carros se tocassem e o Ferrari foi lançada ao ar, seguindo-se uma sequência de capotagens que partiu o cockpit ao meio e arremessou o corpo de Villeneuve para o alto, na direção esquerda, só parando no lado extremo da pista, ao chocar-se violentamente contra o alambrado de proteção. O piloto já não respirava quando a equipa de socorro chegou ao local, mas só foi oficialmente declarado morto mais tarde, em um hospital próximo a Lovaina.
Apesar de a tragédia no automobilismo não ser algo tão inesperado na época - ainda menos diante do estilo de pilotagem característico de Villeneuve - o acidente causou, entre os pilotos e principalmente junto ao público, uma comoção que só foi igualada doze anos depois, com a morte de Ayrton Senna. Mesmo aqueles que tiveram as mais árduas disputas com o canadense na pista, como o francês René Arnoux, admiravam seu carácter simpático e amigável e sua lealdade como competidor, mesmo com tanto arrojo.
Gilles Villeneuve deixou a esposa Joann Barthe e um casal de filhos: Melanie e Jacques Villeneuve, que foi campeão na Fórmula 1 na temporada de 1997. O irmão de Gilles, também chamado de Jacques Villeneuve, obteve moderado sucesso nas categorias de acesso por onde Gilles passou, mas na Fórmula 1 ele falhou em três tentativas de colocar o carro no grid. Na Fórmula Indy actuou em 36 provas e obteve uma vitória no Grande Prêmio de Road America em Elkhart Lake em 1985.
Para sempre lembrado como um dos pilotos mais talentosos da história da Formula 1, Gilles apesar de nunca ter conquistado um titulo de pilotos marcou uma geração e é relembrado pela seu enorme talento... Fazem falta pilotos deste nível na Formula 1...
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