A primeira geração deste icónico modelo foi pela primeira vez revelada no Reino Unido em 1967 e a sua apresentação oficial ao público e respetiva imprensa deu-se no começo do ano seguinte em Janeiro no salão automóvel de Bruxelas,
sendo este modelo o natural sucessor do bem-sucedido Ford Anglia.
O gigante automóvel teve sempre um objetivo para o Escort, ou seja o mercado europeu como principal alvo comercial. A sua produção teve início na cidade de
Halewood em Inglaterra em 1967 e nessa linha de montagem os primeiros Escort a sair nesse ano eram todos de volante à direita, só mais tarde em Setembro de 1968 é que a Ford iniciou a produção dos modelos com volante à esquerda, numa fábrica situada em Genk.
Existiam algumas diferenças entre os modelos produzidos para o Reino Unido e para o resto da Europa, que se destacavam pela suspensão frontal com outras afinação, assim como diferenças na direção, no sistema de travagem, e outras jantes, tudo isto nas versões produzidas na fábrica em Genk.
Mais tarde em 1970 a produção continental do Escort mudou de bagagens para outra fábrica, na Alemanha Ocidental, na cidade de Saarlouis. Para além destes países, o Escort também foi produzido além-fronteiras em países tão distintos como a Nova Zelândia e Austrália.
O sucesso do Escort foi enorme na esmagadora maioria dos países da Europa, mas em Inglaterra o sucesso foi mesmo avassalador, tornando-se no modelo automóvel mais vendido dos anos sessenta.
Em Junho de 1974, quando o Escort fazia 6 anos de idade desde que tinha sido comercializado pela primeira vez, a marca americana anunciou ao mundo que tinha produzido 2 milhões do modelo, um marco histórico que nunca tinha sido alcançado pela Ford fora dos Estados Unidos da América. Cerca de 60% desses automóveis foram produzidos no Reino Unido.
Os restantes foram produzidos na Alemanha Ocidental a um ritmo mais lento de 150.000 unidades por ano, e onde a produção baixou para 78,604 no último ano (1974) em que o modelo foi produzido.
O Ford Escort destingia-se por ter tração traseira, uma caixa manual de 4 velocidades (em opção nalguns mercados poderia ser equipado com uma caixa automática de 3 velocidades), uma suspensão frontal com estrutura MacPherson e um eixo simples na traseira, montado em molas de lâmina (conhecidas popularmente por molas de carroça).
Para além disto o Escort foi o primeiro modelo da marca a usar um sistema de direção convencional (com pinhão e cremalheira) como ainda hoje encontramos em muitos automóveis modernos.
Em termos de design o Escort tinha uma estética moderna, e a sua linha era inspirada na garrafa tradicional da Coca-Cola, com a sua linha lateral usando a mesma forma do famoso recipiente.
Para além disso o modelo tinha uma grelha frontal que o distinguia de outros automóveis, dando-lhe um ar distinto e contemporâneo para a época.
O Escort era comercializado inicialmente apenas na carroçaria de duas portas, com o nome (versão) de De Luxe e distinguia-se pelos faróis redondos e pela carpete interior em borracha.
A versão Super tinha faróis retangulares, carpete convencional em tecido, um isqueiro e um manómetro de temperatura do motor.
Em Março de 1968 foi introduzida na gama a carrinha de duas portas, que continha a particularidade de se puder rebater o banco traseiro, permitindo maior área de carga.
A unidade motriz desta versão era a mesma que existia no Escort de duas portas, mas a embraiagem era maior (190 mm de diâmetro), as molas traseiras era mais grossas, assim como o sistema de travagem (tambores) era substancialmente maior e mais potente, a fim de melhor controlar o peso extra que poderia carregar em relação ao modelo convencional.
No mês seguinte, em Abril de 1968 foi introduzido na gama a versão da carrinha com painéis laterais em vez de vidros e no ano seguinte (1969) surgiu pela primeira vez a versão de 4 portas.
Olhando para o capítulo das motorizações, o motor Kent Crossflow era a unidade principal do modelo, tanto na configuração de 1,1 litros como na versão de 1,3 litros. Existiu uma unidade motriz de 940 cc para alguns mercados de exportação, mas foram vendidos muitos poucos quando comparado as unidades acima descritas.
Um dos motores mais desejados era a versão 1300 GT, ou seja uma versão “apimentada” da unidade de 1,3 litros Kent, que possuía um carburador Weber. Para além disto esta versão recebeu uma suspensão melhorada para acompanhar o aumento de potência e performance desta unidade.
Outras diferenças em relação ao modelo convencional passavam pela instrumentação extra no interior, como o conta-rotações, um manómetro de indicação de carga de bateria e outro com o nível de pressão do óleo.
Esta versão upgrade do 1.3 também ficou disponível no Escort Sport, este último tinha guarda-lamas mais largos na frente, mas em termos de equipamento interior era igual às versões mais básicas.
A determinada altura a Ford criou a versão “topo de gama” ao qual deu o nome de 1300E. Este modelo era mais luxuoso e tinha mais equipamento que todas as outras versões. A lista incluía as jantes de 13 polegadas e respetivos guarda-lamas frontais do Sport, e no interior estava equipado com madeira na zona do tablier e nas portas.
Não foi só na estrada que este modelo conheceu sucesso, já que termos desportivos ficará para sempre gravado nos anais da história automobilística.
A Ford criou uma versão exclusiva para os amantes da velocidade, em especial para aqueles que queriam participar em corridas de circuito e ralis.
O Escort Twin Cam foi produzido e desenvolvido para o icónico Grupo 2 de Ralis, e estava equipado com um motor produzido pela Lotus (originalmente desenvolvido para o Lotus Elan), com oito válvulas, duas árvores de cames montadas à cabeça e um bloco com 1.6 litros de capacidade (1557cc).
Esta geração foi extremamente bem-sucedida no mundo dos Ralis, e pode-se dizer mesmo que foi um dos automóveis mais conquistadores desta modalidade automobilística.
A equipa Ford e seus Escort dominaram os ralis nos anos 60 e no início dos anos 70, foram praticamente imbatíveis, onde um dos destaques vai inteiramente para a vitória do Rali de 1970 London to Mexico World Cup Rally.
Nesta prova ganha por um Escort, o piloto em destaque foi o finlandês Hannu Mikkola. Este sucesso acabou por dar aso a uma nova versão (de estrada) especial, o Escort Mexico que possuía um motor Kent de 1,6 litros.
Nesta altura a Ford também tinha na calha uma nova versão, mais radical e desportiva que todas até então, à qual deu o nome de RS1600.
Este Escort tinha um motor Cosworth BDA de 1,6 litros, onde o bloco era o já conhecido Kent Crossflow, com 16 válvulas, cabeça desenvolvida pela Cosworth, daí a origem do nome de código BDA (Belt Drive A Series).
Ambas estas versões eram produzidas na fábrica especial da Ford Advanced Vehicle Operations (AVO) localizada em South Essex no Reino Unido.
Tanto o Escort Mexico como o RS1600 para além de terem motores mais potentes, ambos tinha uma carroçaria reforçada em termos de soldaduras para maior segurança e rigidez.
Mais tarde em 1972, os Escort de competição receberam um motor Cosworth BDB com maior capacidade (1701cc) e com injeção de combustível BDC.
Mas a versão mais potente acabou por surgir depois, com um motor Pinto de 2,0 Litros de capacidade, que permitiu alcançar outras tantas vitórias em Ralis e provas de velocidade.
O Ford Escort tornou-se assim num ícone, numa referência entre os automóveis naquele tempo por mérito próprio dado as suas qualidades dinâmicas, simplicidade, inovação e performance.
São muitos os fãs do modelo em todo o mundo, e o seu valor no mercado de usados reflete isso mesmo, em especial as versões mais potentes e exclusivas.
Portugal não é exceção e o modelo conquistou muitos portugueses na década de 60 e 70 e hoje é um clássico desejado e muito respeitado. É frequente ver os Escort em corridas de velocidade, montanha, ralis, ralis de regularidade entre outros, provando uma vez mais a sua longevidade e qualidades.
Bom exemplo disto é a participação deste modelo no filme Fast and Furious 6, onde muito provavelmente imortalizará o modelo na mente de muitos jovens que não conheciam este automóvel até terem visto o famoso filme.
Aqui está um carro que falta no Gran Turismo!
ResponderEliminarnão faz apenas falta, faz MUITA falta, mas em vez de clássicos europeus como este temos carradas deles japoneses todos iguais
EliminarPardelha, vê estes carros, e diz lá se não se fazia um evento de categoria no GT6. http://poleposition-gt.blogspot.pt/2014/03/os-carros-que-faltam-no-gran-turismo-6_31.html
EliminarÈ facil amigos façam como eu troquei o grand turismo por outro jogo muito melhor e mais real ainda a nivel de simulação, deiam uma vista de olhos no meu canal tenho lá alguma gravações inclusive com o ford escort que estou acabar de carregar um video, a curtir com ele a sério, https://www.youtube.com/channel/UCs6GuuGPlQ1cmBffHdqHalg
EliminarTem alguns carros engraçados, principalmente os de trés rodas, mas ter carros deste género é completamente impossível, a maior marca dessas marcas não existem atualmente e estes jogos precisam da ajuda e provavelmente algum cachet das marcas de automóveis, aquelas que pretendem mais destaque e esses carros só se encontram na posse de privados.
ResponderEliminarSou mais razoável, gostava de ver estes Ford Escort Mk1 e Mk2, outros desportivos com que fui sonhando desde a minha infância até aos dias de hoje, pequenos e médios desportivos europeus como o Ford Focus e Sierra RS Cosworth, VW Polo G40, Opel Corsa e Astra GSI, Calibra, Citroen Saxo Cup, Citroen ZX 16v, Citroen Saxo Rally Car (presente em GT's anteriores), Seal Leon Cupra, Opel Corsa e Astra OPC, Audi RS3, RS4, Mercedes A AMG, E AMG, C Coupe AMG Black Series, BMW M3, E30 e E36, M6 Coupe, X6 M Ferrari F12, FF, Tertarossa, Porche muitos desde os primeiros, anos 70 90 e atuais, C4, C4 S, GTS, GT2, GT3, Turbo, Turbo S, Noble, Maserati MC12, Bac Momo, Ariel, Formula Ford Ecoboost Street Legal, Ford Raptor e muitos outros que não me lembro agora.
Em vez de NSX de 96, 97, 98, 99, 00, 01 etc e depois em versões do mercado Japonês, Europeu e Americano, por casos como este existem demasiados nas marcas japonesas.