Thierry Marc Boutsen (Bruxelas, 13 de Julho de 1957) é um ex-automobilista belga.
Boutsen começou a carreira nos monolugares, aos 20 anos, guiando um Fórmula Ford 1600. No ano seguinte (1978), ganhou o campeonato belga da categoria, com 15 vitórias em 18 corridas. Em 1979, foi para a Fórmula 3 Europeia, onde foi vice-campeão, perdendo para o Italiano Michele Alboreto.
A sua ascensão continuou em 1981, ao correr na Fórmula 2, onde acabou vice-Campeão Europeu novamente, desta vez sendo derrotado pelo inglês Geoff Lees. Em 1982, decidiu correr no Campeonato Europeu de Turismo e nos Sport-Protótipos, ganhando os 1000 km de Monza com o francês Bob Wollek.
A estréia na Fórmula 1: 1983-1986 / Arrows
Em 1983, Boutsen arranjou 500 mil dólares em patrocínios e comprou um lugar na Fórmula 1, ao serviço da Arrows. A sua primeira corrida foi no seu GP natal, em Spa-Francochamps, onde não chegou ao fim. No resto da temporada, o melhor que conseguiu foram dois sétimos lugares. Thierry, então com 26 anos, não pontuou na sua primeira temporada.
Em 1984, continuou na Arrows, onde obteve cinco pontos, ficando na 15ª posição do Campeonato. No ano seguinte, novamente na Arrows, consegue o seu primeiro momento de glória, ao terminar em segundo lugar no GP de San Marino, beneficiando da desclassificação de Alain Prost, pelo fato do carro do francês estar abaixo do peso mínimo. Depois disso, pontuou mais três vezes, ficando com 11 pontos e o 11º lugar, com um pódio. Só que em 1986, o carro não foi bom, e nunca conseguiu pontuar nas corridas em que terminou, tendo conseguido quatro sétimos lugares.
1986 - 1988: A Era Benetton
No final de 1986, Boutsen mudou de ares, indo para a Benetton, sucessora da Toleman, no lugar do Austríaco Gerhard Berger, que tinha ido para a Ferrari. Nesse ano, terminou regularmente nos pontos, alcançando o terceiro lugar no GP da Austrália. Isto fez com que Boutsen terminasse na oitava posição do Mundial, com 16 pontos e um pódio. Em 1988, as suas prestações melhoraram bastante, tendo ido ao pódio por cinco vezes, e conseguido 27 pontos, que lhe deram a melhor posição até ali alcançado: um quarto lugar.
1989-1990: o Auge na Williams
Em 1989, Frank Williams dá-lhe um lugar na sua equipa, que estava a estrear os motores Renault atmosféricos, e o bruxelense faz companhia ao italiano Riccardo Patrese. No encharcado GP do Canadá, aproveita os azares dos demais pilotos e ganha a corrida, a primeira vitória de um piloto Belga na F-1 desde 1972. Na corrida da Austrália, também disputada sob chuva, repete o feito. Os 37 pontos alcançados por Boutsen deram-lhe o quinto lugar na geral, com duas vitórias e mais três idas ao pódio.
No ano de 1990, continua a desenvolver os Williams-Renault, e os resultados são regulares. Consegue ser terceiro em Phoenix e segundo em Silverstone, mas vai ser na Hungria que ele conquista sua terceira e última vitória, aguentando todo o pelotão da F 1, incluindo o seu amigo pessoal, Ayrton Senna, que terminou em segundo. No final, Boutsen ficou com 34 pontos, uma vitória, uma pole-position e uma volta mais rápida, com o sexto lugar no campeonato.
1991 - 1992: a Decadência na Ligier
Após a temporada de 1990, quando a Williams está a atingir sua melhor forma, Boutsen sai da equipa e vai para a tradicional Ligier, cujos carros eram equipados com motores Renault. Mesmo assim, ele não conseguiu colocar o carro azul nos pontos. A péssima fase continua em 1992, mas um quinto lugar na Austrália (novamente sob chuva, a aliada de Boutsen) fez com que ele não ficasse mais um ano zerado. Ele fechou em 14º lugar na classificação.
1993: O Adeus
Para 1993, aos 35 anos, Boutsen resolve disputar mais uma temporada, desta vez na Jordan. Depois de uma época frustrante e desmotivadora, Boutsen aproveita o GP Belga para anunciar que estava abandonando a F-1.
Thierry Boutsen disputou 164 Grandes Prêmios, em dez anos (1983-1993), conquistou três vitórias, marcou uma pole-position e uma volta mais rápida, e somou 132 pontos.
O Regresso aos Sport-protótipos
Após a F-1, Boutsen decidiu dedicar-se aos Sport-Protótipos (categoria que não disputava desde 1982) nos Estados Unidos e na Europa, conseguindo alguns resultados de relevo, como um segundo lugar nas 12 Horas de Sebring. Em 1999, às vesperas dos 42 anos, quando guiava um Toyota oficial nas 24 Horas de Le Mans, Boutsen sofreu um acidente pavoroso, que lhe deixou sequelas físicas e mentais, tendo decidido parar de correr.
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